18 de março de 2013

EDITORIAL: A permanente discussão dos egoístas.


Texto de Rogério Lima de Oliveira. 
Em 17/03/2013. 



O professor e antropólogo Luís Marins disserta em artigo intitulado, Imaginem se esse País fosse sério, triste e convincentemente, assim: 

Quando trabalhava em Nova Iorque assistir a uma palestra de um diretor de um grande banco sobre as oportunidades de investimento no mundo contemporâneo. Ele falava das vantagens comparativas e competitivas de cada país, inclusive os emergentes. Quando falou do Brasil mostrou os dados de nosso mercado interno, de nosso sistema bancário, de nosso potencial turístico, de nosso desenvolvimento em tecnologia de informação, de nossa riqueza natural, da ausência de terremotos, furacões, etc. e quando terminou, com todos os participantes boquiabertos com nossas vantagens comparativas, ele disse: 

"Imaginem se esse País fosse sério." Isso foi em 1990. 

A verdade é que todos nós, brasileiros, já estamos cansados de sofrer as consequências de nossa inconsequência. Cansados de ver o País do futuro que nunca chega, da lei que não é cumprida, da autoridade que corrompe, da obra que não termina, da verba que some, da manchete que assusta. Penso, enfim, que estamos cansados de nossa esperteza que só perde, do "levar vantagem em tudo" e até de acreditar num Deus brasileiro. Portanto é hora de mudar. É hora de assumir uma conduta de gente séria, honesta, cumpridora dos deveres, da palavra, dos contratos. É hora de nos indignarmos com a complacência do mal, com a permissão do erro, com o descumprimento da lei. E essa é uma tarefa de cada um de nós, brasileiros de verdade, em nossos lares, em nossas famílias, em nosso emprego. É hora de fazer bem feito, de ser honesto, de cumprir o que promete, de educar bem nossos filhos, de respeitar os colegas e as pessoas, enfim, de aumentar a qualidade de nossos produtos e serviços, de respeitar clientes, de fazer o certo e ter vontade de ser melhor. 

Estas foram às palavras de Marins, das quais esta opinião aquiesce e concorda, integralmente. 

De nossa parte consideramos o seguinte. 

Falta-nos seriedade na realização das coisas. Falta-nos comprometimento com as questões públicas, coletivas e republicanas. Falta-nos respeitar o outro e a nós próprios. Falta-nos sentimento de verdade. Mas nos falta, sobretudo, ponderação. Paremos de olhar somente para nós e para os nossos interesses. No nosso passado, no nosso presente, no nosso futuro. 

O homem de má conduta ou tendente a tê-la, a exercê-la necessita não enxergar apenas a vingança gratuita e inconsequente, numa disputa de quem melhor acusa. De quem mais ofende e amplia a voz. Num diálogo de surdos sem precedentes. 

Muitas vezes não observamos que discordar exige uma ação respeitosa. Para que o oprimido não se transforme ou se confunda com o opressor. Homossexuais ou coisa que o valha tem que adotar a equidade e a tolerância. De modo que transpareça, verdadeiramente, que trata o outro como gostaria de ser tratado. De maneira que observe que quando discorda de Marcos Feliciano, discrepa também do Papa Francisco, pois ambos são contrários ao casamento Gay. 

Sobre a União Homossexual, disse o Papa Francisco: Não sejamos ingênuos: não se trata de uma simples luta política. Pretende-se a destruição do plano de DEUS. É uma jogada do pai da mentira para confundir e enganar os filhos de DEUS. Expuseram deste modo suas ideias na revista Veja o pontífice Bergoglio. 

Na mesma semanal e edição de Veja, agora nas amarelas, disse o Pastor Marcos Feliciano: A raça humana para crescer precisa de um homem e de uma mulher. Eu sou cristão. A Bíblia é o meu livro de cabeceira. A minha formação cristã me ensina que o ato homossexual é errado, que é pecado. Eu não aceito o ato, mas aceito o homossexual. 

Conclui-se desta forma que tolher a liberdade de opinião de Feliciano neste particular é mitigar de igual maneira as declarações do Papa no mesmo sentido. Neste ambiente de gritaria inaudível deve os seres humanos orar ou rezarem pelo discernimento. Pelo entendimento de um tolerar o outro, privilegiando a vida e a paz. Pois acredita este articulista, que tanto um como o outro não deseja o mal para seus irmãos homo e nem heterossexuais. Heterossexuais devem respeitar os homossexuais ainda que discordem radicalmente de suas práticas sexuais. Mas que faça isto sem ofensas à pessoa ou a sua dignidade, enfim respeitando sua opção. Noutras palavras, a minha tolerância depende da sua em relação à minha. Ao meu direito de discordar sempre respeitosa e humanamente. 

Que não haja absolutismo em direito algum. Por mais fundamental e essencial que seja. Que a liberdade de informar seja, igualmente, a de responder e de contestar. Quem nem mesmo o direito da personalidade seja prevalecente sem que se mensurem os devidos freios e contrapesos. Pois o único bem jurídico irrenunciável e indisponível é a vida. Mas, que o não homicida não seja acusado e nem condenado do que não tenha feito. Foi feliz o constituinte quando presumiu como inocentes os que não tenham exercido todos os direitos de defesa plenamente. Sabe-se que entre cem culpados pode-se haver apenas um inocente que somente ao final e em instancia ultima consiga provar tal inocência. É por estes que se há a presunção de não culpabilidade. Este é país que pretende ser sério por esta observação também. 

Todos são merecedores do contraditório e da oportunidade de exercer defesa amplamente, sem cerceio, sem obstrução, sem adulteração. O policial que é acusado tem-se que se defender e não transformar-se em acusador recíproco. O denunciador que se entende vítima, deve, sobretudo, observar o seu caráter humano e cristão, compreendendo que o mal não se paga com o mal, mas, com o bem, com o perdão e com a justiça imparcial sem influências adicionadas e acrescidas de elementos inexistentes. Para que somente assim prevaleça a justiça e a verdade real e material. De modo que os fatos não se distanciem, equidistantemente, da coisa formal e processual. 

Finalmente, no que tange as falcatruas dos corruptos e usurpadores do erário. Desvios que impendem que o remédio, o hospital, a educação, o emprego, a educação e a segurança pública entre outros cumpram seu itinerário reto sem desvios de caminhos e de trilhas, cumpre enumerar, que denunciantes e acusadores devem se perseguir ou permanecer imaculados. Que seus dedos não estejam com sujeiras embaixo das unhas quando fores para apontar a podridão do outro. Ou como é de costume, no Brasil descrente e que muitos desconfiam de que não seja de fato sério. Que os bons comecem a contagiar os maus. Que os probos transformem os malfeitores benfeitores, na medida em que apontadores passam a alvos. Alvos ou vidraças. Que os estilingues não fiquem mudando de mãos interminavelmente. Para sempre. Conserto e retificação já. Com as bênçãos e o poder de DEUS. Contra quem, inclusive, alguns seguimentos da sociedade têm questionado seus preceitos. 

Lembremos, contudo, que conforme expresso no livro de Gênesis da Bíblia, no início da criação, DEUS disse; Haja luz e houve luz, haja água e terra e houve água e terra... e continuou DEUS, haja, haja e haja. Mas, no momento de criar o humano disse DEUS; façamos o homem. Eis a tradução do que se é complexo. Porém, para que houvesse ponderação e sabedoria, DEUS disse: ‘faça o homem a minha imagem e semelhança. ’ Portanto, basta que exercitemos a nossa similaridade com quem nos criou.


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