Juscelino Souza, A Tarde
Mais de 30 mil pessoas padecem sem acesso regular à água na zona
rural de Vitória da Conquista (a 509 km de Salvador). A estiagem, há
mais de um ano, é atípica, já que o município está afastado da chamada
“zona da seca”. Nas localidades de Saguim e Baixão, a 12 km da sede
municipal, donas de casa e lavradores esperam mais de 15 dias pelo
liquido. E o caso de Rosa Oliveira, 45, que se junta às vizinhas para
lavar a roupa em regime de mutirão, dividindo um fio de água de um
minadouro. “É o nosso drama há 15 dias, pois a Embasa não respeita o
calendário de racionamento no Baixão”, lamenta. Iniciado há pouco mais
de 20 dias, o racionamento na sede e algumas localidades da zona rural
prevê a oferta do produto a cada dois dias. “Deveria ser dois dias sim,
dois dias não, mas isso não ocorre aqui”, intervém a lavradora Rita
Pinheiro, 38. Sem a oferta de água, fruto de oito meses de estiagem no
Saguim, o que conta é a ajuda mútua. “Quem tem um pouco no reservatório
empresta para quem esta sem”, relata. Mesmo assim, para a maioria não
foi possível salvar lavouras de milho, predominante na região. Argemiro
dos Santos, 63, não se conforma com a perda da safra. Leia mais em A Tarde (para assinantes).