Com os motores de suas pré-campanhas funcionando
a todo vapor, os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo aumentam os gastos
dos diretórios de seus partidos com a contratação de pessoal, consultorias técnicas
e de comunicação, produtoras de TV, gráficas e serviços de telemarketing, além
da realização de viagens e aluguel de espaços para reuniões e debates. As
siglas, no entanto, escondem os custos do período pré-eleitoral.
O Estado procurou na semana passada as
pré-campanhas de PT, PSDB, PMDB, PRB, PPS, PDT e PC do B, cujos candidatos são
os sete mais bem posicionados nas pesquisas mais recentes de intenção de voto.
Nenhum dos partidos informou quanto já gastou ou pretende gastar até o início
oficial da campanha. Algumas legendas, como PDT, PC do B e PPS, disseram que
não tiveram despesas até agora.
Pela lei, só a partir das convenções que
oficializam as candidaturas os partidos poderão criar comitês financeiros e
movimentar recursos para quitar gastos de campanha.
O diretório municipal do PT já contratou uma
consultoria técnica para a elaboração do programa de governo, chefiada pelo
cientista político Aldo Fornazieri, e também uma produtora de TV, a pedido do
marqueteiro João Santana, para registrar o pré-candidato Fernando Haddad em
ação e elaborar um estudo de imagem. Além disso, a sigla admitiu um assessor de
imprensa e passou a pagar salário de R$ 26,7 mil ao próprio Haddad, o
equivalente aos vencimentos de quando era ministro.
O PT também tem elevado o gasto com transportes
por causa do deslocamento da equipe de pré-campanha a várias regiões da cidade
para atividades políticas, principalmente na periferia.
O partido se negou a informar os custos que tem
tido. "Anualmente, apresentamos nossa prestação de contas à Justiça
Eleitoral, nos termos da legislação vigente", afirmou, em nota, o
presidente do diretório municipal, vereador Antonio Donato. "Este ano
estamos colhendo subsídios, fazendo diagnósticos e preparando propostas para a
cidade (...). Trata-se de um processo rotineiro no nosso partido."
A posição dos coordenadores da campanha do
pré-candidato do PMDB é semelhante. Oficialmente, dizem que "não há uma
pré-campanha". Apesar disso, o deputado federal e presidente municipal da
sigla, Gabriel Chalita, já fez 22 encontros com líderes comunitários em bairros
de São Paulo. Ele se desloca de carro, acompanhado de um assessor do partido
dedicado a ele, motorista e equipe de coordenação da campanha. Chalita deve
comparecer a cerca de outros 50 encontros em zonas periféricas da capital para
"captar" demandas dos diretórios regionais e formatar seu programa de
governo. "O que há são as atividades políticas normais do PMDB",
informaram os coordenadores, em nota.