12 de agosto de 2013

Lewandowski teria interferido em processo para beneficiar Dilma e PT, relata auditor


Funcionário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 2003 e 2012 e autor de um parecer sobre as contas de campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010, o auditor Rodrigo Aranha Lacombe disse, em depoimento, ter encontrado irregularidades que, em sua opinião, deveriam levar à rejeição das finanças e, consequentemente, à não diplomação da petista. Lacombe relata que, inicialmente, foi orientado pela chefia imediata a modificar o seu parecer; em seguida, diante de sua recusa, outros auditores teriam assumido a tarefa de elaborar um novo documento. A revelação mais importante, porém, sugere que pode ter havido uma manipulação comandada pela cúpula da Corte. Lacombe contou que, na época, foi informado de que o então presidente do TSE, o ministro Ricardo Lewandowski, determinou a alteração no parecer. O depoimento do auditor – ao qual a revista Veja teve acesso – foi prestado ao juiz Carlos Henrique Perpétuo Braga, secretário-geral do TSE e braço-direito da atual presidente do tribunal, ministra Carmen Lúcia. De acordo com a revista, Lacombe também auditou as contas do PT relativas ao ano de 2003, quando o esquema do mensalão foi montado, e mais uma vez opinou pela reprovação. O documento, porém, nunca chegou às mãos de Carmen Lúcia, que decidiu aprovar com ressalvas as finanças. “Eu nunca fiquei sabendo desse parecer”, disse a ministra. Neste caso, Lacombe acredita que Carmen Lúcia foi induzida ao erro pela sua assessoria, acusada de “negligente, porque eram graves e de fácil comprovação as irregularidades”. Em meio ao material que comprovaria as ilegalidades, estavam documentos da Receita Federal que revelavam movimentações financeiras muito acima das declaradas pelo PT e empréstimos falsos tomados junto aos bancos BMG e Rural no auge do mensalão.


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