18 de janeiro de 2013

Lupi recebe R$ 54 mil sem participar de conselho

Demitido em dezembro de 2011 do Ministério do Trabalho sob suspeitas de corrupção em sua pasta, o presidente do PDT Carlos Lupi ainda é integrante do conselho de administração do BNDES.

De acordo com reportagem da Agência Estado, em 2012 ele não foi a nenhuma reunião do colegiado, mas recebeu a remuneração pela “participação” até setembro. Os pagamentos, de R$ 6 mil mensais, são trimestrais, o que garantiu ao ex-ministro R$ 54 mil pelos três primeiros trimestres do ano passado.

Na quinta-feira (17), o ministro do Trabalho Brizola Neto iniciou nova tentativa de tirar do cargo seu antecessor e adversário político, sinalizando que fará nova indicação para o cargo. O nome mais cotado para substituir Lupi na instituição é o de outro pedetista, o ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa. O nome do candidato a conselheiro deve ser enviado ao ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, para encaminhamento à presidente Dilma Rousseff, que tem o poder de efetivá-lo.

Um primeiro ofício pedindo a substituição de Lupi fora enviado pelo secretário executivo do Ministério do Trabalho, Carlos Sasse, ao Ministério do Desenvolvimento, em 18 de junho de 2012. A pasta do Trabalho tem direito a uma vaga no Conselho, tradicionalmente ocupada pelo próprio titular. Não houve, porém, troca até esta quinta-feira, e Lupi ficou no posto. Atualmente, a condição do o ex-ministro é indefinida: embora integre o conselho, não recebeu pagamento por isso no último trimestre de 2012.

Lupi foi exonerado em 2011 pela presidente Dilma Rousseff, em meio a acusações sobre irregularidades envolvendo ONGs que tinham relação com o ministério. Sua queda, porém, aconteceu quando surgiu a denúncia de que ele teria acumulado ilegalmente cargos públicos. Dilma fez Lupi saber que, se não apresentasse sua demissão, seria demitido. Foi o que aconteceu. A reportagem não localizou o ex-ministro para falar da denúncia.
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