Em relatório enviado à Procuradoria Geral da República, a Polícia
Federal informou que o senador Demóstenes Torres, líder do DEM, pediu
dinheiro ao bicheiro e explorador de caça níquéis Carlinhos Cachoeira.
A notícia ganhou as páginas do Globo.
De acordo com o jornal, o documento da PF foi enviado à Procuradoria em
15 de setembro de 2009. E o procurador-geral da República Roberto
Gurgel nada fez.
O relatório baseou-se em investigações que varejaram os negócios ilícitos de Cachoeira na cidade goiana de Anápolis.
Trata-se de apuração anterior à recente Operação Monte Carlo, que resultou na prisão de Cachoeira e Cia..
O trabalho da PF incluiu a realização de escutas telefônicas. Num dos
grampos, anota o relatório, Demóstenes pede a Cachoeira que pague uma
despesa de R$ 3 mil. Coisa relativa à utilização de um táxi aéreo.
No mesmo documento, a PF menciona indícios que apontam para relações
impróprias de dois deputados federais com Cachoeira: Carlos Leréia
(PSDB-GO) e João Sandes Júnior (PP-GO).
Demóstenes conversava com Cachoeira por meio de um Nextel. Aparelho
habilitado “nos Estados Unidos”, na expectativa de que fosse imune a
grampos.
Ouvido, Antônio Carlos de Almeida Castro, advogado de Demóstenes,
confirmou que seu cliente uso o Nextel. Nada disse sobre o suposto
pedido de dinheiro.
Procurado, Roberto Gurgel manifestou-se por meio da assessoria.
Mandou dizer que aguarda a conclusão da Operação Monte Carlo para saber se aciona ou não os parlamentares junto ao STF.