Por Rogério Lima.
A Bíblia narra
em parábola, que, eis que se levantou certo doutor da Lei, tentando-o e
dizendo: Mestre, o que farei para herdar a vida eterna? E ele, o mestre, lhe
disse: O QUE ESTÁ ESCRITO NA LEI? COMO LÊS? E, respondendo ele, disse: Amarás
ao SENHOR teu Deus, de todo o teu coração, e toda a tua alma, e de todas as
tuas forças, de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo. E
disse-lhe: Respondeste bem; faz isto e viverás.
Respondendo
Jesus acerca do próximo dizia:
Descia um
homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos de salteadores, os quais os
despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. E,
ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o passou de
largo. E, de igual modo, também um levita, chegando à aquele lugar e vendo-o
passou de largo.
Mas, um Samaritano
que ia de viagem chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu de intima compaixão. E,
aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhe azeite e vinhoe, pondo-o a
sua cavalgadura, levou-lhe para uma estalagem e cuidou dele; e partindo ao
outro dia, tirou dois dinheiros, disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que de mais
gastares e to pagarei, quando voltar. Qual, pois, destes três te parece o
próximo daquele que caiu nas mãos daqueles salteadores? E ele
disse: o que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: VAI E FAZE
DA MESMA MANEIRA.
OS QUE TINHAM
EM REGRA A RESPONSABILIDADE DE AUXILIAR E SOCORRER, NÃO O FAZIA, POR FALTA DE
PRIORIDADE PARA COM A VIDA DO PRÓXIMO OU POR DUREZA DE CORAÇÃO E TAL. MAS, O
SAMARITANO QUE NÃO ERA RELIGIOSO E ERA CONSIDERADO DESPREZADO E TIDO COMO HOMEM
DE RAÇA MESTIÇA, NÃO PURA E ATÉ DE RELIGIÃO PROFANA, É ELOGIADO POR NÃO
TEORIZAR, MAS, SIM AGIR. (Lucas 10:
25-37, Bíblia de Estudo Plenitude Página 1.042).
Portanto, AÇÃO.
Talvez você já esteja impaciente a se perguntar o que esta epígrafe bíblica tão longa tenha que ver com nossa opinião de hoje.
Pois bem.
Nestes dois dias de sessão de câmara, a casa legislativa, julgadora e fiscalizadora, ao menos no papel, até que teve uma dinâmica louvável e com sinais de avançar para a melhora. De fato, o vereador tido como de oposição, Roberto Almeida, propõe restabelecer as reuniões itinerantes implementadas na gestão de Joelson Rocha. Pretende o atento vereador Almeida levar a casa da cidadania até o cidadão residente nos bairros periféricos da cidade e nos lugares mais longínquos e distantes da cidade, existentes na zona rural de Itaberaba.
Isto é bom? É. Mas, há que se preocupar antes com a efetividade e a concretude dos projetos. Pouco adianta está ali ou acolá, se as coisas não andarem não avançarem ou se as discussões se apequenarem adotando vieses políticos partidaristas como vem ocorrendo costumeiramente nas questões outras, que deveriam alcançar ao cidadão nas suas mais prementes necessidades, porém, nunca alcança. MAS, a iniciativa, como a comissão para tratar da seca, são grandes sacadas do vereador líder do PT na câmara. Embora este já presida a comissão de saúde e meio ambiente e esta comissão devesse está em atuação sem carecer outra, se considerarmos a seca como um problema climático-ambiental.
O que deve fazer esta mídia? Imprensa que apesar de ter responsabilidade social para se exercer, mas, não possui o mister ou a missão de verear ou recebe para tal. Como o Samaritano, este instrumento de comunicação vem tentando contribuir e somar esforços para que o cidadão humilhado venha ao menos ser ouvido. Algumas vezes até erra. Raramente quando se equivoca requer escusas, implora o perdão. Mas, isto é tido como crítica para os que se apresentam, sem o nosso querer, algozes do programa. Somos mal interpretados e ameaçados de punição por este ou aquele seguimento. O que fazer? Retroceder, intimidar-se ou enfrentar as questões sociais em que nos propunha a comunidade em confiança, em respeito e em crença de que algo será feito?
A nossa intenção não é ofender, não é denegrir, não é de fazer inimigos. Hoje criticamos veementemente os poderes legislativo e executivo. Exatamente nesta ordem, criticamos mais impiedosamente, a câmara do que a administração municipal. Não somente por entender que o legislativo é quem deixa o executivo correr solto e afrouxa em alguns momentos a fiscalização deste. Mas, o criticamos, por uma razão ainda mais superior. Por compreender que os senhores vereadores são importantes, preparados e podem sim promover mudanças. Que só não o fazem por confundir a atribuição de membro do legislativo com a de assessor do executivo. Isto necessita, urgentemente, modificar.
Outra coisa reside na relação do Programa entre o denunciado e o denunciante. Como trata-los com isenção, com senso de justeza, com imparcialidade. Entendemos que a denuncia vazia e estimulada por razões políticas partidaristas não deve ser levada a publicação. Porém, é difícil impedir num programa ao vivo com que muitas coisas não se falem ao ar, de pronto, de supetão. De igual maneira existem as questões que nos chegam escrita, pela via eletrônica e pessoalmente. As pessoas nos trazem suas angústias acreditando na seriedade deste espaço. Assim como confiamos que o parlamento tome providencias para que se resolvam as coisas injustas, o ouvinte e o cidadão também entende que nós faremos a nossa parte em dar publicidade aos seus clamores. Acreditem senhores, o que podemos muitas vezes fazer, é tão somente abrir espaço para que a parte denunciada se manifeste, desminta ou explique acerca do que de fato lhes acusam. De modo que muitas das vezes o apontamento que lhes são desferidos pode até os deixar mais fortes, ainda mais honestos e justiçados.
Porque comentamos neste espaço, sobre esta relação denúncia, denunciante e de quem viabiliza a tal embate? Somente para dizer ao leitor ouvinte desta opinião, que os políticos são necessários para a democracia e, sobretudo, para a sociedade. Mas, de uma coisa estes implicados não conseguem desvencilhar-se. Da crítica que se é direcionada, diariamente, ao homem detentor de cargo público, ESPECIALMENTE, político. Não se preocupem os que recebem e com certeza continuará recebendo a crítica. Apenas fazemos coro contra às afrontas a dignidade das pessoas, mas, antes porém, primamos pelo contraditório, pelo direito de resposta, pelo esclarecimento dos fatos. Fiquem tranquilos que aqui não se fará um tribunal de exceção. Respeitamos a todos, mas, exigimos o mesmo. Não queremos brigas e nem discussões aleatórias. Buscamos o conserto, a retificação, os esclarecimentos. Qualquer um dos senhores, se os tem, apresente-os. Apresente-nos e a faremos plausíveis. Faremos da sua resposta, se convincente, digna de aplausos. Isto vale para todos os vereadores e para todos os políticos daqui e do Brasil inteiro.