Professor universitário, estreante em eleições, Haddad teve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como fiador e principal cabo eleitoral de sua candidatura, imposta ao PT ainda no ano passado. A candidatura, mais uma "invenção" bem-sucedida de Lula - em 2010 já havia apostado em Dilma, também eleita -, enfrentou resistências dentro do PT em um primeiro momento. Entre os obstáculos ultrapassados por Haddad esteve a intenção da ex-prefeita Marta Suplicy, derrotada em 2004 e 2008, voltar a disputar o cargo. Marta desistiu da pré-candidatura após apelos de Dilma e Lula, mas ficou ausente no início da campanha, evidenciando sua contrariedade. Ainda na pré-campanha, foi criticado após negociações de aliança com o recém-criado PSD do prefeito Gilberto Kassab. O acordo, que era costurado por Lula, fez água quando Serra anunciou que entraria na disputa e o prefeito optou por apoiar o antigo aliado.
Haddad também contou com a ajuda do Planalto para estancar as críticas de evangélicos, que o associavam ao chamado "kit-gay" - material anti-homofobia produzido para ser distribuído em escolas pelo MEC durante a gestão de Haddad. Após nomeação do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), ligado à Igreja Universal, como ministro da Pesca, as críticas diminuíram e só voltaram na reta final da campanha. Outro momento de crise na campanha petista foi o apoio do ex-prefeito e deputado Paulo Maluf (PP), que fez questão de oficializar o acordo no jardim de sua casa, ao lado de Lula, em uma foto que entraria para a história. No dia seguinte ao apoio de Maluf, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) desistiu de ser vice de Haddad. O acordo com Maluf, no entanto, rendeu à campanha petista um dos maiores tempos no horário eleitoral da TV, contribuindo para sua subida nas pesquisas entre o fim de agosto e o início de setembro.
No segundo turno, o apoio de Dilma e Lula se tornam mais constantes e Haddad também recebe o reforço de Gabriel Chalita (PMDB), quarto colocado no primeiro turno. Em desvantagem nas pesquisas, Serra partiu para o ataque contra a campanha do PT, mas não conseguiu reverter a desvantagem e nem a rejeição recorde identificada nas pesquisas.
Com a vitória, Haddad também passou por cima ainda da crise do mensalão, que ocupou a maior parte do tempo dos principais veículos de comunicação do país, mas ainda assim não conseguiu minar o candidato petista.
O eleito
Filho de comerciante de origem árabe, Fernando Haddad nasceu em 25 de janeiro de 1963. Ainda na faculdade, na década de 80, trabalhou na loja de tecidos de seu pai na rua 25 de Março, mas seguiu carreira acadêmica, formando-se no curso de direito da USP (Universidade de São Paulo), com mestrado em economia e doutorado em filosofia pela mesma universidade.
Antes de ser eleito prefeito de São Paulo, Haddad foi chefe de gabinete do secretário de Finanças, João Sayad, durante a gestão de Marta na prefeitura. Em 2003, torna-se assessor do ministro do Planejamento, Guido Mantega, e formata a Lei de Parcerias Público-Privadas. Promovido a secretário-executivo do Ministério da Educação em 2004, assume o MEC em 2005, com a saída do ministro Tarso Genro. Com a eleição de Dilma, em 2010, fica no cargo no ano seguinte, até deixar a pasta para se candidatar em São Paulo.
Haddad também contou com a ajuda do Planalto para estancar as críticas de evangélicos, que o associavam ao chamado "kit-gay" - material anti-homofobia produzido para ser distribuído em escolas pelo MEC durante a gestão de Haddad. Após nomeação do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), ligado à Igreja Universal, como ministro da Pesca, as críticas diminuíram e só voltaram na reta final da campanha. Outro momento de crise na campanha petista foi o apoio do ex-prefeito e deputado Paulo Maluf (PP), que fez questão de oficializar o acordo no jardim de sua casa, ao lado de Lula, em uma foto que entraria para a história. No dia seguinte ao apoio de Maluf, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) desistiu de ser vice de Haddad. O acordo com Maluf, no entanto, rendeu à campanha petista um dos maiores tempos no horário eleitoral da TV, contribuindo para sua subida nas pesquisas entre o fim de agosto e o início de setembro.
No segundo turno, o apoio de Dilma e Lula se tornam mais constantes e Haddad também recebe o reforço de Gabriel Chalita (PMDB), quarto colocado no primeiro turno. Em desvantagem nas pesquisas, Serra partiu para o ataque contra a campanha do PT, mas não conseguiu reverter a desvantagem e nem a rejeição recorde identificada nas pesquisas.
Com a vitória, Haddad também passou por cima ainda da crise do mensalão, que ocupou a maior parte do tempo dos principais veículos de comunicação do país, mas ainda assim não conseguiu minar o candidato petista.
O eleito
Filho de comerciante de origem árabe, Fernando Haddad nasceu em 25 de janeiro de 1963. Ainda na faculdade, na década de 80, trabalhou na loja de tecidos de seu pai na rua 25 de Março, mas seguiu carreira acadêmica, formando-se no curso de direito da USP (Universidade de São Paulo), com mestrado em economia e doutorado em filosofia pela mesma universidade.
Antes de ser eleito prefeito de São Paulo, Haddad foi chefe de gabinete do secretário de Finanças, João Sayad, durante a gestão de Marta na prefeitura. Em 2003, torna-se assessor do ministro do Planejamento, Guido Mantega, e formata a Lei de Parcerias Público-Privadas. Promovido a secretário-executivo do Ministério da Educação em 2004, assume o MEC em 2005, com a saída do ministro Tarso Genro. Com a eleição de Dilma, em 2010, fica no cargo no ano seguinte, até deixar a pasta para se candidatar em São Paulo.