18 de setembro de 2012

‘Está cabalmente comprovada a trama montada pelos réus para a lavagem de dinheiro’, diz Barbosa

Durante julgamento do mensalão nesta segunda-feira (17), o ministro-relator da Ação Penal 470, Joaquim Barbosa, considerou comprovada a prática dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva pelos réus ligados ao Partido Progressista, o deputado federal Pedro Henry (PP-MT), o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) e João Cláudio Genú, que era assessor do falecido deputado José Janene. “Está cabalmente comprovada a trama montada pelos réus para a lavagem de dinheiro. Eles seguiram mecanismos complexos de ocultação e dissimulação de recursos”, disse. Segundo Barbosa, o núcleo político do esquema, comandado por Delúbio Soares, indicava ao publicitário Marcos Valério quem deveria ser beneficiado. “O modus operandi era: Delúbio Soares apontava quem deveria ser o beneficiário ao publicitário Marcos Valério, que, por sua vez, emitia um cheque em nome de sua agência e informava ao Banco Rural quem deveria recebê-lo. As quantias seriam para pagamento de recursos de campanha, segundo o esquema”, explicou Barbosa. De acordo com o ministro, informações falsas alimentavam a base de dados do Banco Central e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A SMP&B, empresa de Marcos Valério, aparecia como sacadora de recursos, quando o verdadeiro beneficiário era uma terceira pessoa. “Os réus do PP receberam milhões de reais em espécie sem deixar praticamente nenhum rastro no sistema bancário do país”, disse. O relator também apontou a sistemática de lavagem de dinheiro, por meio da corretora Bônus Banval. A corretora recebia recursos dos empresários Rogério Tolentino e Marcos Valério e utilizava uma conta para “lavagem interna” ou distribuía os valores aos membros do PP. O ministro-relator reiterou diversas vezes que as evidências presentes nos autos comprovam a materialidade do crime. Segundo Barbosa, Pedro Henry, José Janene e Corrêa tinham a decisão final no caso. Barbosa argumentou que o PP recebeu do PT o valor de R$ 1,1 milhão, por meio da SMP&B. “João Claudio Genú foi o recebedor, executor direto dos crimes de lavagem de dinheiro”, apontou o ministro. Barbosa concluiu que a cúpula do PP sabia que os recursos que recebia haviam sido enviados por Delúbio Soares via Simone Vasconcelos, funcionária de Marcos Valério.
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