O estado da Bahia viveu, durante 30 anos, “com alguns
intervalos”, sob um governo que impunha-se pelo medo e o constrangimento. Esta
é a opinião do governador Jaques Wagner (PT), que assumiu o estado em janeiro
deste ano rompendo a hegemonia de 16 anos do grupo político comandado pelo
então PFL, atual DEM (Democratas).
Para Wagner, foi durante esses 16 anos que oito empresas
montaram e desenvolveram o esquema de fraude em licitações de obras públicas na
Bahia que criaria ramificações em outros cinco estados, desmontado pela Polícia
Federal nas operações Octopus e Navalha.
“Isso tudo aconteceu antes de a gente chegar aqui. Aliás, todo mundo sabia. Em qualquer restaurante onde tem empresários jantando, o pessoal sabe que havia um grupo que dominava as contas de prestação de serviço da Bahia”, disse ao G1.
“Isso tudo aconteceu antes de a gente chegar aqui. Aliás, todo mundo sabia. Em qualquer restaurante onde tem empresários jantando, o pessoal sabe que havia um grupo que dominava as contas de prestação de serviço da Bahia”, disse ao G1.
Questionado por que a oposição não fez a denúncia, então, o
governador não tergiversa: “O problema é que você tinha o Judiciário sob
controle, uma boa parte da imprensa igualmente sob controle, uma Assembléia
Legislativa que fazia ordem unida. Era o estado do medo. Várias pessoas, até de
organizações sociais, preferiam não comprar briga”.
[O
G1 procurou
dois ex-governadores do grupo político ao qual Wagner se refere.
O senador César
Borges (DEM-BA), governador entre 1999 e 2002, afirmou que Jaques Wagner não
tem projeto para a Bahia e governa "olhando pelo retrovisor".
Segundo ele, o estado cresceu e se tornou a sexta economia do
país sob os governos do então PFL.
Já o
presidente do DEM no estado, Paulo Souto, que governou a Bahia entre 2003 e
2006 e entre 1995 e 1998, criticou a gestão atual e disse que "o baiano tem medo de
precisar de serviço público".]