12 de julho de 2013

EDITORIAL: Um verdadeiro mundo das conveniências.


*Rogério Lima e Alex de Oliveira.

 O professor/procurador regional da república, Paulo Queiroz, ao discorrer sobre porque o Brasil continuará sendo um País corrupto escreveu, lucidamente, no livro ENSAIOS CRÍTICOS de sua lavra:

“Porque somos obrigados a votar, quando votar é um direito e não um dever, pois o eleitor tem, há de ter, a liberdade de votar em quem quiser, quando e se quiser, consciente e livremente; Porque, em vez de enfrentar os problemas em suas causas, em suas raízes, tentamos combatê-las em suas consequências, tardia, burocrática e simbolicamente; e isso equivale a não combatê-las;
Porque temos um Estado excessivamente burocrático, que tudo pretende resolver por meio de leis, demagogicamente;
Porque o povo brasileiro acredita ser livre, mas está enganado: é livre apenas durante as eleições dos membros do Executivo e do Parlamento, pois, eleitos os seus membros, ele volta à escravidão, é um nada (Rousseau); é que a participação popular se limita ao sufrágio a cada quatro anos; mas eleitos “seus” representantes, não se tem qualquer controle sobre seus atos, e o cidadão, convertido em objeto e não sujeito da política, só poderá expressar sua indignação nas eleições seguintes;
O Brasil é e continuará sendo um país corrupto simplesmente porque está estruturado para sê-lo!”

As pessoas têm assistido com vergonha e indignação a respeito das idas e vindas resultantes de acordos espúrios, senão impróprios, entre membros do executivo e do legislativo também aqui em Itaberaba.

Vejam os senhores que o prefeito numa composição partidária com vereadores concordou em contratar ou empregar sem concurso público e talvez sem licitação ou com concorrência falseada, várias pessoas indicadas pelo vereador ou cabo eleitoral A e B. E aqui se sublinhe, talvez. É necessário investigar. Enfim, aquiesceram e elegeram-se os contratantes, determinantemente, com os votos de vários destes descartados como lixos irrecicláveis agora. Muitos sabiam inclusive sobre a prática perniciosa e que certamente preteriu outros trabalhadores que iguais a estes careciam alimentar-se e manter seus lares e vida econômico-financeira. Mas, alguns nem sabiam, em detalhes, que seus votos estavam sendo comprados. Pois, sem dúvida nenhuma, no momento em que o executivo demite estes descartáveis eleitores que garantiram as eleições dos contratantes prefeito e vereador ontem, estão os infratores assinando seus atestados de culpas e de que nunca foram eleitos legitimamente, pois ambos compraram votos. Captaram ilicitamente o sufrágio, numa linguagem jurídico-eleitoral. 

Desculpem-nos prezados cidadãos, hoje vítimas dos homens públicos de mentirinha, mas a verdade é que os senhores foram usados e abusados como produto. Infelizmente, produtos como lixo e que só serão reciclados se modificarem as vossas formas de escolher nos pleitos eleitorais da vida e que, democraticamente, todos nós a continuaremos a exercê-la periodicamente. Perdoem-nos a maioria vitimada de hoje, mas, os senhores e senhoras chutados foram peças fundamentais e coniventes para que se prosperasse a corrupção, a malandragem e a briga de políticos que só se lembram de seus escolhedores em época própria e de suas conveniências. Dos seus interesses pessoais e de imagem. Todos que assim agem são politiqueiros e não podem continuar merecendo a renovação de confiança das vítimas e nem de nossa confiança que assiste com a mão no nariz, evitando o odor imundo dos acordos de três, mas que só beneficiam a dois. Isto ocorre também nas outras esferas do mesmo poder. Enquanto isto, importamos médicos e engenheiros, pois, a nação brasileira não investe corretamente na preparação de seus profissionais, oportunizando aos estudantes condições de cursá-los e de desenvolver pesquisas. Da mesma forma em que o próprio cidadão é submetido ao trabalho ilegal lhes oferecidos pelos incapazes políticos de carteirinha e por intermédio da compra de voto.

Esta opinião pretende servir para que os eleitores que exercerão a cidadania amanhã possam disto se lembrar. Senão permanecerão não apenas sofrendo, eventualmente, mas causando dano a outros de forma rotineira. Dado em que uma maioria viciada, só se é danificada quando os corruptos se estranham, resvalando os rompimentos aos que os escolheram estimulados por promessas de acolhimento. De modo que as minorias são de logo excluídos. Como se os eleitos fossem os representantes apenas dos que neles votaram, engabeladamente, pelas falsas promessas ou promessas que não se sustentam a cada choro das fatias dos bolos dividido sempre entre eles. Saibam que, unicamente, o que tem valido são os interesses do seu dileto vereador ou do seu querido prefeito e nunca o seu, amigo eleitor.

Um absurdo que a democracia seja uma modalidade de araque. Que o cidadão só tenha valor nos pleitos eleitorais. As administrações públicas que se dizem pautar pelos princípios da publicidade, legalidade, eficiência, dentre outros primados, não deveria sob hipótese alguma ter em seus quadros secretários que nunca entenderam de pastas específicas, da mesma forma que permitir que cônjuge e irmãos sem qualquer competência técnica, atuem no poder público. Iniciativa que deveria atender a estrita legalidade. O rigor, primando pelo que se é sério, justo e honesto. Por enquanto é uma vergonha ser liderado por falsos políticos. Até quando isto, senhor e senhora cidadãos, prezado eleitor?

É como lhes pergunta hoje o Conexão Verdade.

*Rogério Lima e Alex de Oliveira, o primeiro escreve e este narra opinião em editorial nas quartas e sextas feiras no Programa matinal CONEXÃO VERDADE da diamantina FM.





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