27 de maio de 2013

Itaberaba e outras 48 cidades ainda não se adequaram à lei da Transparência


Acaba amanhã o prazo legal para que as 417 prefeituras baianas publiquem, na internet, tudo que gastam e que recebem, em tempo real, além de contratos e convênios. A Lei Complementar 131, de 2009, obriga a criação dos portais de transparência, para que a população saiba como está sendo usado o dinheiro público, mas na Bahia ela não pegou. Pela lei, os municípios com menos de 50 mil habitantes têm até amanhã para abrir as contas. Mas, desde 2011, as cidades com maior população já deveriam colocar no ar os sites de transparência. Na Bahia, das 49 prefeituras nesta situação, 30 possuem links para sites de transparência em suas páginas oficiais na internet, mas o serviço não existe ou não atende a lei. Nas outras 19, apesar das informações contábeis como as receitas e despesas estarem atualizadas, os sistemas foram feitos para não funcionar.

Para os municípios que descumprirem a lei, a punição é contra os cofres da prefeitura, que ficaria impedida de receber recursos do governo federal via convênios e de contrair empréstimos. No entanto, o órgão responsável pela fiscalização, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) reconhece a dificuldade de fazer a lei ser cumprida.“Até hoje, a gente tem dificuldade. Você cobra a mesma tecnologia da informação para o município de São Paulo e para o carente do interior da Bahia. Por exemplo, tem que ter banda larga boa e uma série de outros itens”, avalia o coordenador de Assistência aos Municípios do TCM, Antônio Dourado.
Empresas faturam alto com sites feitos em série

Se entrarmos nos sites das prefeituras de Araci, Bonito, Central, Wagner, Brejões, Malhada, Iaçu, Jaguaquara, Itacaré e Guanambi, por exemplo, o leiaute é exatamente igual. Só mudam o brasão e o nome da cidade. O coordenador da ONG Contas Abertas, Gil Castelo Branco, explica que, após à aprovação da lei, surgiram empresas que faturaram alto com a transparência

Elas desenvolvem um único sistema e vendem para centenas de prefeituras, sem sequer modificarem o desenho das páginas. Como a maioria das prefeituras de interior não possui equipes de informática, elas recorrem às contratações por dispensa de licitação para adequar-se à lei. “A partir do dia 28, 4.958 prefeituras terão que colocar contas na internet. Será o paraíso das empresas de informática, que oferecem portais genéricos, todos igualmente ruins, cobrando uma fortuna”, pontua Gil.

Em 2009, em razão da contratação de uma dessas empresas, a Associação Transparência Municipal (ATM), a então prefeita de São Francisco do Conde, Rilza Valentim, foi condenada pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) a pagar R$ 20 mil de multa por ter verificado irregularidades na contratação, por dispensa de licitação, no valor de R$ 300 mil para a implantação de um programa de transparência. Esta mesma empresa desenvolveu sistemas, por exemplo, para os municípios de Belmonte e Amélia Rodrigues, no valor de R$ 20 mil e R$ 42 mil, respectivamente.






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