Em seu quinto mandato na Câmara, o novo presidente da Comissão de Finanças e Tributação, João Magalhães (PMDB-MG), é perseguido por uma suspeita recorrente: a de que negocia emendas parlamentares no orçamento da União em troca de propina. Foi assim em 2006, quando apareceu na lista dos deputados suspeitos de terem recebido propina da máfia das ambulâncias. Também foi dessa maneira em 2008, quando foi apontado como integrante de quadrilha acusada de desviar mais de R$ 700 milhões em sete estados e no Distrito Federal. E agora, quando é investigado por irregularidades com recursos do Ministério do Turismo.
João Magalhães é réu desde 2011 no Supremo Tribunal Federal (STF), em processo por corrupção passiva. Além dele, outros sete presidentes de comissão na Câmara são alvo do Supremo, como revelou hoje (20) este site. O parlamentar mineiro é acusado de ter recebido R$ 40 mil em troca de emenda parlamentar para direcionar recursos para obras no município de São José do Jacuri (MG). A denúncia tem como ponto de partida investigações da Operação João de Barro, da Polícia Federal. O esquema envolvia deputados, empresários e servidores que fraudavam recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) via Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e emendas parlamentares.
De acordo com a denúncia, o deputado cobrava propina de 10% a 12% das verbas liberadas via emenda parlamentar para prefeituras mineiras. Segundo a acusação, um diálogo captado com autorização judicial mostra a esposa do peemedebista recebendo e contando dinheiro entregue por um lobista, apontado como elo entre o parlamentar e os prefeitos envolvidos no caso.
Informações do Congresso em Foco