Desde o início do ano, a administração federal gastou R$ 27,94 milhões com o pagamento dehoras extras a funcionários de 25 dos 47 órgãos superiores da União nos três poderes. Deste total, R$ 5,9 milhões (21%) bancaram pagamentos de adicionais de servidores da Câmara. A Casa só ficou atrás do Ministério da Saúde, que desembolsou R$ 8,8 milhões (32% do total) com o atendimento em quatro hospitais federais no Rio Grande do Sul, incluindo 1,2 mil profissionais que socorreram vítimas da tragédia na boate Kiss, que matou 240 pessoas em Santa Maria (RS).
Os dados, atualizados até 23 de fevereiro, são do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). Em terceiro lugar nas despesas com hora extra, ficou o Ministério da Agricultura, com R$ 2,8 milhões (10%). O valor engloba a pasta inteira, a estatal de controle de alimentos (Conab) e as unidades da Embrapa. Somados, a Câmara e os ministérios da Saúde e da Agricultura respondem por 63% dos gastos da União com horas extras nesse período.
Logo depois, aparecem o Ministério da Educação, com R$ 1,9 milhão (7%), e a Justiça Eleitoral, com R$ 1,7 milhão (6%). Os gastos do Ministério da Educação incluem todas as universidades e institutos técnicos federais. A assessoria de comunicação do gabinete do ministro Aloizio Mercadante disse que esses órgãos têm autonomia administrativa. O MEC não teve despesas diretas com horas extras, informa o ministério. Da mesma forma, os cartórios e os tribunais regionais estão embutidos nas despesas da Justiça Eleitoral.