Presente na Constituição federal e no regimento das casas legislativas do país, o recesso parlamentar movimenta pequenos debates nos corredores da Assembleia Legislativa da Bahia. Após a derrubada do 14º e 15º salários, aprovada através de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que gerou até mesmo disputas entre os deputados, estaria em jogo a tentativa de redução na folga das atividades parlamentares de 90 para 60 dias.
O debate, no entanto, foi perdendo força com a resistência de muitos deputados, que justificam a necessidade de permanência maior desse período visitando as bases eleitorais no interior baiano.“Eu sou favorável à redução de 90 para 60 dias, mas os deputados não querem”, resume o presidente da Assembleia, deputado Marcelo Nilo, que teria já proposto a diminuição para 75 dias, o que foi negado pelos colegas. Uma discussão “mais ampla e com tranquilidade é que propõe o líder do governo, deputado Zé Neto (PT). “Deve ser decidido de forma coletiva. Temos que ter cuidado, pois isso não é férias e nem recebemos férias".
A sinalização de que o assunto não tem sido prioridade no Parlamento foi dada pelo líder da oposição na Casa, Elmar Nascimento (PR). Segundo ele, o assunto não foi tratado nos últimos dias. Os líderes de algumas bancadas se mostram favoráveis, mas nos bastidores seus integrantes demonstram estarem divididos. O líder do bloco PSDB/PR, Adolfo Viana, concordou que a Casa deve seguir a mesma tendência do Congresso, que diminuiu de 90 para 55 dias o período de “descanso” do Parlamento.
No comando do PSD, o deputado Alan Sanches afirmou ser a favor, “mesmo trabalhando no interior durante o recesso”. “Se houver uma votação nesse sentido, meu voto é a favor”. Seguindo o estilo mais polêmico, o 1º vice-presidente, deputado Yulo Oiticica, (PT)defendeu que haja uma revolução nos hábitos dos deputados. “Somos funcionários públicos que trabalhamos no Legislativo. Os tempos são outros. Topa ser deputado quem quer e tudo tem seu ônus e bônus. Isso de visitar as bases tem que se discutir de outro jeito. Agora tem que acabar com recesso e ter férias”, disse.