1 de março de 2013

Ação Monte Carlo faz 1 ano, e condenados estão soltos

A Operação Monte Carlo, que revelou um esquema de exploração de jogos ilegais e corrupção em Goiás e no Distrito Federal, completou um ano. Deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF) em 29 de fevereiro de 2012, ela trouxe à tona gravações telefônicas que derrubaram um senador da República, abasteceram duas CPIs, uma no Congresso e outra na Assembleia Legislativa de Goiás, causaram mudanças nos comandos da Segurança Pública goiana e levaram à condenação de oito pessoas. No entanto, todos os envolvidos recorreram da sentença e aguardam em liberdade.

Autores da denúncia que resultou na condenação do que chamam de “cúpula da quadrilha”, os procuradores da República Daniel de Resende Salgado e Lea Batista de Oliveira concederam entrevista ao G1 nesta semana. Eles fizeram um balanço positivo do trabalho que, segundo a dupla, desarticulou o esquema comandado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. No entanto, admitem que o contraventor dificilmente voltará à prisão e lamentam dois pontos: não terem atingido a parte financeira do grupo e a tolerância de setores da Justiça com o crime de colarinho branco. Para o procurador Daniel Salgado, a sociedade não percebe esse tipo de crime como grave. “ O MPF conseguiu levantar o véu de uma realidade extremamente complexa. Alguns setores da Justiça criminal ainda têm uma percepção leniente do colarinho branco. Nosso trabalho é tentar convencer esses setores e a sociedade que esses crimes são tão graves quanto os outros", argumenta.
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário