O discurso feito aos gritos, indo de encontro aos princípios da oratória, a falta de competência e da memória sobre atos praticados por ele, levou o jornal O Globo de hoje a lembrar de que a tese defendida pelo ministro Dias Toffoli, é o inverso do que praticou em 2010. Para defender os réus do mensalão, petistas, o ministro criticou o que chamou de “elevadas penas” e lembrou que o sistema prisional surgiu na idade média e, de lambuja, também lembrou Torquemada, o alucinado clérigo dos processos da Inquisição. Tomás Torquemada se tornou famoso pela perversidade. Era defensor do uso de parafusos nos pés, nas mãos e outras torturas para punir os perseguidos pela chamada “Santa Inquisição”, um dos períodos mais nefastos, tortuosos, abjetos e negros da Igreja Católica. Toffoli gritava da sua cadeira no plenário, e fazia pausas, tentando captar zumbidos, condenando as prisões, as penas, as condenações e defendendo outros tipos de punições menores. O jornal lembra que foi ele, o mesmo ministro que fez o duro discurso na segunda-feira passada no Supremo Tribunal Federal, que aplicou a mais alta punição já imposta pela corte. Como relator de um processo em 2010, do qual era revisor, prevaleceu o seu voto pela pena mais alta, condenando o deputado Natan Donadon, do PMDB-RO, a 13 anos, quatro meses e dez dias de prisão. O crime em julgamento era de peculato. O deputado ainda não foi preso. Continua no exercício do mandato. Espera que o Supremo julgue recursos por ele impostos.