Carlos Robério Pereira, acusado de matar em 1996 o auditor fiscal baiano José Raimundo Aras, foi condenado pela justiça de Pernambuco a 18 anos de prisão, em julgamento ocorrido nesta quinta, em Petrolina. O fazendário foi morto a tiros no jardim de sua casa, na cidade pernambucana, em um crime encomendado, segundo o Ministério Público, pelos empresários Alcides Alves de Souza, Carlos Alberto Silva Campos e Francisco de Assis Lima. O Sindsefaz, sindicato que representa os auditores da Sefaz-BA, a decisão desta quinta é um sinal de que a justiça pode tardar, mas não pode falhar. “Se o fazendário se sentir intimidado para fiscalizar quem sonega, a própria prestação judiciária estará em risco, já que os recursos que garantem o funcionamento desse e de outros serviços públicos são arrecadados pelos auditores fiscais e agentes de tributos”, diz a entidade. Três dirigentes do Sindicato acompanharam o julgamento em Petrolina: Fátima Mota, Ney Flávio e Eliel Barbosa. José Augusto Aras trabalhava para elucidar fraudes na comercialização de açúcar. Havia uma quadrilha que atuava na divisa da Bahia com Pernambuco sonegando ICMS na venda do produto e ficou localmente conhecida como “Máfia do Açúcar”. Os empresários acusados estavam na lista de compradores que adquiriam a mercadoria com notas frias e foram alcançados pela investigação promovida pelo fazendário baiano. Os mandantes do crime, entretanto, não foram julgados.