As ministras do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber e Cármen
Lucia seguiram, nesta segunda-feira (22), o voto do revisor da ação
penal do chamado mensalão e absolveram 13 réus da acusação de formação
de quadrilha. Os votos de ambas pela absolvição já eram esperados, já
que as ministras entenderam que não houve formação de quadrilha ao
julgar políticos apontados como beneficiados pelo esquema. Rosa disse
que só há a existência de uma quadrilha quando há associação para a
execução de "uma série indeterminada de delitos". "Não identifico em
qualquer hipótese a luz dos fatos e provas dos autos... o dolo de criar
ou participar de uma ação criminosa autônoma", disse Rosa em seu voto.
Para
a ministra, os chamados núcleo político, publicitário e financeiros
"jamais imaginaram formar uma associação para delinquir" e cometer uma
série de crimes. A ministra Cármen Lucia, que antecipou seu voto, também
justificou seu voto ao dizer que não houve a "constituição de uma
organização... para a prática de crimes". O ministro Dias Toffoli também
deverá votar pela absolvição dos réus. A Corte julga o último capítulo
da denúncia, sobre formação de quadrilha, cujos réus incluem a cúpula do
PT à época do escândalo, em 2005: o ex-ministro-chefe da Casa Civil
José Dirceu, o então presidente do partido José Genoino e o
ex-tesoureiro Delúbio Soares. O relator da ação penal, ministro Joaquim
Barbosa, votou pela condenação de 11 réus e absolveu dois. Ele rebateu o
voto de Rosa, dizendo não aceitar o que chamou de "corte sociológico"
quanto à caracterização do crime de formação de quadrilha.