16 de junho de 2012

Insatisfações com governo Jaques Wagner e o PT dão gás ao chamado blocão dos independentes

por Raul Monteiro

É por demais injusto culpar o pré-candidato do PT, Nelson Pelegrino, pela mobilização no seio dos partidos governistas que ameaça sua hegemonia como nome da situação estadual à sucessão do prefeito João Henrique (PP).
Iniciada pelo PCdoB, que faz sua convenção este domingo para escolher Alice Portugal sua pré-candidata à Prefeitura, a agitação já alcança o PDT, estimula o PTB e agora atrai o PSL, formando o que a imprensa tem chamado de “bloquinho ou blocão”.
Pelo menos dois outros nomes sobressaem-se no movimento, além do da própria Alice. São os do pedetista Félix Mendonça Jr. e o do petebista Antonio Brito, todos com perfeita condição de liderar o grupo como prefeituráveis.
Por trás das conversas entre os quatro partidos, há um rosário de queixas que apenas começam com uma alegada dificuldade de Pelegrino em animar a platéia de qualquer auditório, fato, por si só, perfeitamente contornável com outras qualidades ou compensações que os políticos conhecem.
Está na cara que PCdoB, PDT, PTB e, agora, o PSL estão vendo na atualidade uma oportunidade ímpar para veicular publicamente uma insatisfação geral contra o governo estadual e o próprio PT, patronos da candidatura de Pelegrino.
Falta de atenção e de atendimento a reivindicações consideradas básicas para um relacionamento amistoso com a ala da base em que se situam as legendas insurgentes tem sido um incentivo constante à indocilidade delas.
Manter a interlocução com um governo que amarga um desgaste natural decorrente de sua trajetória e tempo e ainda por cima é acusado de não olhar para determinados aliados, além de não cumprir acordo, não deve ser nada fácil.
Pior ainda se é comandado por um partido que, mesmo antes de ser governo, já desejava tudo para si.
Daí o troco num momento mais do que oportuno que, como tudo, vai passar ou pelo menos tem sua duração marcada pelas eleições, num contexto em que todas as variáveis podem decididamente fugir ao controle.
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