6 de março de 2012

E o jogo continua (plano B): PT teme reprovar contas de João Henrique e empurrá-lo para campanha de ACM Neto


Apesar de ter anunciado na semana passada que votaria contra as contas do prefeito João Henrique (PP) relativas aos exercícios financeiros de 2009 e 2010, a bancada municipal do PT ainda não decidiu efetivamente como irá se posicionar na Câmara. A hesitação reflete, no fundo, um sonho dos petistas, que ainda acreditam na hipótese de sensibilizar o prefeito para a idéia de apoiar a candidatura do deputado federal Nelson Pelegrino à Prefeitura em troca de um posicionamento favorável a suas contas na Câmara.
  
 O primeiro sinal de que os petistas não fecharam questão contra a aprovação das contas do prefeito foi o posicionamento adotado na semana passada pelo vereador Gilmar Santiago, até então um dos mais ferrenhos críticos da administração. Santiago admitiu com todas as letras que poderia rever a avaliação de que as contas de João Henrique deveriam ser reprovadas, como chegou a defender o líder do partido na Câmara, Henrique Carballal.
  
 Mesmo que não consigam uma palavra sequer de simpatia do prefeito na direção de Pelegrino, os petistas acham que a reprovação das contas com os votos do partido poderia criar um clima de radicalismo com João Henrique que acabaria precipitando sua ida para a campanha de ACM Neto, pré-candidato do DEM a prefeito. “Não temos dúvida de que se as contas de JH forem rejeitadas, ele rompe de vez com o PT”, avalia um petista interessado em colocar panos quentes na relação do partido com o prefeito.
   
Segundo ele, como retaliação à reprovação das contas, o prefeito poderia automaticamente se aliar ao democrata, mesmo que seja mantida a candidatura do seu chefe da Casa Civil à Prefeitura, João Leão (PP), pensada com o objetivo de funcionar na campanha defendendo o legado de João Henrique na Prefeitura. Para o mesmo petista, “no fundo, no fundo”, o PT só aguarda o aval do governador Jaques Wagner para decidir o que fazer. “Se o governador mandar, a gente vota a favor (de João Henrique)”, completa.
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