18 de outubro de 2013

Mundo digital, Liberdade exagerada e o sepultamento dos relacionamentos humanos.


Por: Rogério Lima

“Nada é urgente: urgente é tudo aquilo que deixou de ser providenciado em época oportuna e necessária pelo interessado”. (anônimo).


          A raiz de todos os males, antecipações e precipitações tem iniciado na internet. A velocidade simultânea em que nos proporciona a tecnológica internet, talvez esteja nos retirando a capacidade de pensar o simples. Talvez esteja nos imprimindo um caráter fazer as coisas sem pensar, ainda que nossa intenção, eventualmente, seja de fazer o bem. Devemos ser vigilantes, atentos e reconhecer de que no nosso derredor se apresenta outra face do mal. São nítidas as intenções daqueles que torcem para que nos percamos, para que famílias sejam desmanteladas. Há quanto tempo tu não recebes uma carta escrita a próprio punho, posta nos correios e recebida na tua casa, no horário de intervalo para o almoço? 

Será que a urgência de contatos simultâneos não nos leva a uma vida angustiante e que nos causa grande apreensão, quem sabe, levando-nos a cometer atos impensados ou de interpretação errônea, fomentada por quem deseja ver o mal prosperar? Já dizia o poeta que muitos medos e doenças nascem da apreensão, da preocupação. Dizem que o jornal impresso já está fadado a desaparecer. A evolução urgente e rápida está nos roubando o prazer de ir até a banca e lá mesmo, pessoalmente, comentar as primeiras notícias. Comentários maduros, edificantes, respeitosos, alentadores, dito olho no olho. O desaparecimento iminente do jornal prenuncia de igual modo, a extinção do livro impresso. O mundo digital está nos roubando o caráter de rejeitar ou ao menos avaliar acerca de todas as imposições postas pela tecnologia dos relacionamentos, demasiadamente, livres nas redes sociais de computadores. Como se este, acompanhado da rapidez fosse o melhor para a nossa alma, para a nossa existência. Estamos presenciando casais se traírem, famílias se perderem e moças começarem a vida sexual precocemente sem antes experimentar o simples, o passo a passo e o tempo certo dos amores e dos relacionamentos?. 

Nas igrejas, estão substituindo a Bíblia por Tábletes apesar de o conteúdo ser o mesmo, mas, evidente que retira a representatividade da espada ou do livro da capa preta, ainda que muitas se apresentem noutras colorações. Até onde este avanço exagerado não exterminará com a necessidade de reunião, de congregação, de união de pessoas, dado que dentro do computador já se pode encontrar o culto a Deus já celebrado ou que ainda se celebrará gravado e providenciado para que atropele as fases naturais em que exige também o relacionamento com Deus. Será que Deus quer se relacionar com seus filhos pela via eletrônica, digital, impessoal, fria, sem nenhum calor. Pessoas têm confundido liberdade com libertinagem. Transformam um instrumento que pode servir como propagador de coisas benéficas para se permitir a traição, a destruição das famílias e da paz do lar. Devemos adotar um caráter comedido. Ainda que não repulsemos a internet devemos dominá-la e não ser dominado por esta. As praças estão mais vazias, do mesmo modo em que a casa do amigo ou parente que espera uma visita com uma palavra que seja acompanhada de um afago. O e-mail não tem cheiro e nem tato. A grande rede tem-nos feito agir com tanta urgência, que esta concorre, exacerbadamente, com a precipitação de nosso comportamento e práticas impensadas. Tudo na vida nos são apresentados como moeda de duas faces ou faca de dois corte. Cabe a nós utilizarmos da parte boa, benéfica e que propicia o bem para a raça humana, desprezando a face diabólica em que semeia o desajuste e a extinção familiar.

Há quanto tempo não escutamos um “causo” de pessoa mais velha, experiente e que já trilhou longa estrada na vida? Há quanto tempo não ouvimos e reportamos aos filhos que nos dirige o verbo duas, três, dúzia de vezes para compartilhar um aprendizado novo e estamos submersos de alma e corpo na face de um livro, chamada de facebok, de rede social? Será que isto nos socializa? Será que ressocializa, agrega ou age em sentido diametralmente contrário, daquele que desagrega e despersonaliza o indivíduo? Se demorarmos a perceber isto, quando acordarmos não mais conseguiremos nos fazer livres, pois, já estaremos presos e encarcerados pela grande rede mundial de computadores que veio sob o pretexto de nos facilitar a vida pessoal, profissional e comercial, mas, a estamos utilizando para nos autodestruir.

Será que abandonamos a parcimônia? Será que desprezamos a ordem e decência de se usar uma máquina com periodicidade mais paulatina? Não conseguimos utilizá-la no espaço de tempo mais demorado ou de fato com utilidade. Tem subordinado ou vice versa que não se falam mais no ambiente de trabalho, embora suas mesas sejam posicionadas a centímetros uma da outra, mas, simplesmente, trocam mensagens eletrônicas. Talvez você que esteja escravizado pelo instrumento da internet e do facebok, devam repensar os seus conceitos. Quantos cafés já perdeste na casa daquela tia saudosa de sua presença. Quantas visitas a um amigo doente ou a hospitais você tem postergado ou atrasado por conta da ocupação escravizadora do face. Isto mesmo tem até apelido carinhoso. As crianças já chegam nas escolas para se alfabetizarem com 5 mil horas de internet e de televisão nas suas mentes em formação. Pensem nisto. Não brinquem, a coisa é seríssima! Talvez você esteja trocando o conhecido e verdadeiro, pelo o desconhecido e ilusório. Famílias sedimentadas ou em sedimentação estão se desmantelando por conta do que a máquina proporciona livremente, abertamente, sem nenhum filtro de moral e de bons costumes. O homem não a consegue controlar ou impor limites em seus impulsos destruidores. Ou de se autodestruir.

Este texto foi construído para que vigiemos quanto à utilização ilimitada da internet, não nos permitindo esquecer de valores que não podemos deixar desaparecer que é o valor da família, do tratamento respeitoso entre pessoas e finalmente, do simples. Devemos primar por um modo mais simples de viver. 

Texto construido por Rogério Lima de Oliveira em 17 de Outubro de 2013.


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