23 de setembro de 2013

Por: Rogério Lima. Corrupção, razão de todos os males


*Por Rogério Lima de Oliveira.


A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa. Jô Soares, Humorista e escritor brasileiro.


 Segundo a consultoria de Antoninho Marmo Trevizan, no Brasil, 60 bilhões de reais de recursos públicos são escoados, anualmente, do bolso do cidadão, se assim podemos dizer, para interesses estranhos ao da coletividade. Estudo da Fiesp fala-se em 69 bilhões. De qualquer modo os números são alarmantes. Isto representa 25 por cento de todo o dinheiro público circulante a cada ano no Brasil. Percentual altíssimo. 

Não obstante o senado federal ter aprovado lei de combate à corrupção como crime hediondo, a questão está, culturalmente, entranhada na alma de alguns gestores do erário, do dinheiro público. Há dentre estes criminosos, desde a sua cidade, à mais simples e provinciana que a seja, aos mais longínquos rincões brasileiros, passando pelas grandes metrópoles, desvios de recursos de obras faraônicas ou até mesmo lucupletação de pequenas construções ainda que necessárias construí-las. Sem aprofundar mais nas licitações fraudulentas e nos parlamentos comprados através de mensalinhos e mensalões ou troca de favores, dentre outras vergonhosas falcatruas.

Ademais, dentre as variadas formas criminosas relacionadas linhas atrás, há que se sublinhar e eleger como a pior lesão patrocinada contra o cidadão brasileiro, que se operacionaliza quando se rouba o dinheiro da viabilização da saúde. A punição há que ser dura. De modo que o caráter da pena não seja, meramente, o de castigar e devolver o produto do roubo, mas, que possa de fato fazer com que outros roubadores não intentem em fazer o mesmo. Pois este crime não pode ser, unicamente, o do desvio ou de ato de improbidade. Está intercalada ai, se analisarmos mais detidamente, o crime de homicídio. Homicídio conjuntamente com tortura e afronta violenta contra a dignidade da pessoa humana. Tem crianças, adultos e velhos morrendo por causa do que se roubou.

Imaginem, prezado leitor, o município, estado ou nação, que se permita que tais ocorrências se deem impunemente, enquanto pessoas morrem por conta de faltas básicas, como de médico qualificado, do remédio que foi pago, mas, não chegou às casas de saúde pública. Da mesma forma, segue o desaparelhamento total das unidades de saúde, a falta de ambulâncias em número condizente com a população do lugar, enfim, se comprovar que o dinheiro havia, mas, este não chegou a sua ponta, em seus destinos traçados, os juízes e julgadores deste país, especificamente neste particular, deverão ouvir um tanto além da letra fria da lei e o que a Constituição lhes impõe. Não poderão olvidar ao grito dos oprimidos, enquanto pessoas choram os seus mortos. Não fazê-lo com zelo celeremente, rigorosamente, severamente, é permitir e até viabilizar que as práticas delituosas se reiterem, se perenizem. A partir do momento que não se admite investigar, não se julga com celeridade e se omitem ao gravíssimo problema que nos saltam os olhos, é declarar-se partícipe de um crime. De crime contra a humanidade ou ao menos contra humanos.

Cumpre-nos indagar, perquirir, perguntar aos que leem, ouvem ou meditam nestas considerações, se ouvirão calados sem nada manifestar-se na direção contrária ou a favor desta melancólica realidade em que vivemos sem a ação necessária? Ao menos esboçaremos um pedido de socorro, verbalizando de que agora, não somente o meu pé tá doendo, mas, o corpo e a alma inteira. Mas, “help” e o grito de salve-nos, serão destinados para quem? Ao político profissional carreirista? Se muitos estão apodrecidos e misturados à lama podre dos que tem a sanha insaciável do enriquecimento ilícito e imoral. Ao povo, a nós mesmos? Nós que estamos subjugados embaixo dos pés dos poderosos e que em vez de dizermos não nos pleitos eleitorais posteriores da vida, os reelegemos nas primeiras gracinhas momentâneas que nos fazem. Talvez pela própria carência extrema imposta por eles mesmos para lhes facilitarem a compra da consciência. Continuaremos recorrendo à imprensa? Algumas corruptas em grau de concorrência com os roubadores mor ou, mormente, que se acovardam na primeira ameaça que lhes fazem. À Deus? Deus não intervirá agora, a não ser que mude de ideia e nos tomem de volta o livre arbítrio, de escolher e decidirmos autonomamente pelo o melhor para as nossas vidas.

Todavia, como Deus é soberano, recorremos a ele, contrariando o que acabamos dizer sobre o arbítrio. Pois somente ele é digno e tem onipotência de atender a trilhões de petições ao mesmo tempo e conhece-las todas antes mesmo de as protocolizarmos. A este requeremos e rogamos assim:

           Eminentíssimo e inigualável SENHOR DEUS, rogo encarecidamente, Rei Jesus, que não deixe que nos destruamos um ao outra. Não permita que a falsidade e a falta extrema do caráter reinem aqui na terra. Nos parlamentos, nos tribunais, nos palácios e até nas igrejas. Afaste de nós, senão toda a apatia e inoperância, ao menos espírito de covardia e de omissão que tem nos assolado. Que o nosso caráter possa se sempre moldado, especialmente, quando não estivermos na presença de nossos olheiros. Que possemos realizar o bem comum e geral sem a vaidade da autoria de dizer que fomos nós quem o efetuou, mas, que tudo seja para o bem de todos. Afasta-nos, definitivamente, de nós, Pai, a atitude da omissão. A omissão, certamente, é contrária ao amor. Estamos vivendo dias de desamor e de egoísmo, DEUS. Intervenha logo. Tu nos destes o dom da palavra e disseste que seríamos luz a alumiar nas trevas. Acenda ao menos um candeeiro, SENHOR. PEDE DEFERIMENTO e um amém.
         
*Rogério Lima de Oliveira é Bacharel em Direito e articulista. Escreve no Itaberaba Notícias, no Itaberaba em foco e noutros instrumentos de informação. Texto escrito em 21 de Setembro de 2013.



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