Por Rogério Lima.
Senhores Vereadores de Itaberaba. Cidadão, cidadã, povo em geral. Senhor Presidente Zenildo Paraná.
O princípio da moralidade pública em que se encerra, explicitamente, na nossa carta magna, exige do administrador público um comportamento ético de conduta, plugando-se ao que se é probo, honesto, leal, decoroso e de boa fé. A moralidade de que falamos não se deve confundir com moral íntima ou comum do agente político ou público, mas, com a atitude profissional, da ética na profissão a que exerce.Deve um representante de um poder não se imiscuir e nem meter-se no outro concedendo salvo conduto antecipado, meramente, por amizade ou gratidão. Na iniciativa privada, o que não se está adstrito à norma, se é permitido efetuar. Na coisa pública é diferente. Só se pode fazer ou deixar de fazer alguma coisa em virtude de lei (princípio da estrita legalidade). Portanto, o discurso do titular da câmara de vereadores, o respeitável Paraná, se não fugiu ao decoro, beirou ao irrazoável e ao desproporcional. Confundiu a missão de fiscalizar e propor leis, com a de assessorar o chefe do executivo, o inocentando até do que ainda não se fez.O vereador descurou ou abandonou a sua prerrogativa de juiz natural. Este não poderá sob hipótese alguma desempenhar a atribuição de fiscalizar à quem santifica.
É injustificável e um atentado a democracia e ao estado democrático de direito que ainda exista rolo compressor nos parlamentos brasileiros. Seja na União Federal, nos Estados ou nos Municípios.A existência de tal modalidade perniciosadesrespeita e anula a democracia. Joga na lata do lixo a Constituição Cidadã. Sem dúvida, afronta à dignidade do cidadão votante traído pela representação em que o eleitor escolhe acreditando que o escolhido defenderá seus interesses. Mas o que se ver são defesas descabidas, apaixonadas e vergonhosas destinadas ao executivo. Contraditoriamente, leva-se e se gasta todo o tempo ocupado nisto e nada fazem de concreto em favor da população.
Se vivêssemos num País politicamente sério, o parlamento de Itaberaba teria que ser extirpado em quase a totalidade de seus membros. Restaria apenas, uma meia dúzia de vereadores, com muitíssimo esforço e exercício de perdão. Esforço hercúleo, poisalguns nem perdão merecem. Por serem incoerentes e subservientes, simultaneamente. Não é o que esta imprensa deseja, não é o que esta opinião requer. Primamos pela esperança e pela recuperação de indivíduos. Por compreender que podemos ser passíveis de erros, mas, devemos perseguir o conserto, a retificação, o arrependimento das práticas malévolas e que proporciona prejuízos cumulativos à comunidade.
O vereador Presidente da Câmara tomou o tempo emprestado de mais três vereadores para esboçar defesa ao Prefeito. Disse que nas assembleias legislativas dos estados e no congresso nacional existe maioria parlamentar e que o exemplo deve ser seguido por aqui. Não disse se a maioria de lá ou daqui é viciada e, religiosamente, obediente. Mormente, comparou como se tudo fosse moral, democrático e decente. Se as modalidades são de fato similares, presidente, todas são maléficas e fere frontalmente o direito a cidadania e a soberania popular. Contradiz aos bons costumes e a política essencial em sua inteireza.
Alegou-se que o gestor necessitava de tempo para reorganizar a casa e juntar verba que daria mobilidade na saúde, no trânsito, na geração de emprego e renda, na infraestrutura, na educação de escolas com goteiras, enfim. Esquece o defensor apaixonado do prefeito que o gestor não recebeu a casa desmantelada de outro administrador. Este sucedeu a ele mesmo. O presidente e advogado de defesa do prefeito, o presidente Paraná, continua defendendo o chefe e atacando os antecessores deste. Defende o amigo que lhe elegeu presidente da câmara e ataca o ex-prefeito Solon Ribeiro que só teve seis meses de mandato. Incoerência desmensurada, dado que este de fato não teve tempo de demonstrar produtividade e eficiência na administração pública.
Permita-nos um parêntese para ilustrar a atitude de Paraná com a seguinte estorinha: Havia num certo lugar um vizinho, em que sua mulher todos os dias ao levantar comentava com o marido a respeito da moradora ao lado que lavava mal as roupas as estendendo no varal do quintal. Dia após dias, a esposa denunciava ao marido acerca da lavagem encardida. Até que uma certa manhã, o marido desta, levantou-se mais cedo e esperou o repetido comentário da companheira, ao que esta lhe disse: marido, por incrível que pareça hoje as roupas no varal da mulher sebosa estão alvinhas. O marido lhe responde: FOI NÃO. É que hoje levantei mais cedo e limpei o vitrô de nossa janela, pois, este é que estava sujo e encardido e não o da vizinha. Você é que estava enxergando através da vidraça suja.
Pois é amigo, retire a nevoa de nódoa de sua visão.
O que o vereador presidente precisa é cuidar da administração da câmara e não apresentar relatórios e explicações do outro poder. Relatórios de isenção total como se nenhum defeito obtivesse o chefe do executivo. O titular do parlamento precisa, portanto, limpar o vitrô de sua janela. Não se iludindo quanto ao que se ver. Pois, pode ser que sua janela/vidraça esteja um tanto obscurecida, por conta de falta de atuaçãode seus membros em benefício aos que lhes contrataram como representantes.
O líder do governo na casa, o vereador Samuel Samuca do Foto é outro que embora fotógrafo de profissão, não consegue retratar, fielmente, as fraquezas e debilidades do governo. Antes de ser líder do prefeito, respeitável Samuel, Vossa Excelência deve representar ao povo que o escolheu que não permitiu que ficasses de fora do parlamento desta feita. Não foi o prefeito quem o elegeu, mas, o povo. Sua excelência não deve tratar o programa conversa franca de nosso, pois, sua excelência é membro do legislativo e não do executivo, jamais confunda isto. Outra coisa, dizer que seja possível que a oposição minúscula como os senhores mesmos dizemque contratam participantes para criticarem no rádio o chefe/rei. Tais comentários são uma descortesia e desrespeito às pessoas. É possível que o governo esteja pautando o outro como de fato o é. Considerando que a voz de Samuel é a voz do prefeito na câmara. Nada pessoal, hein Samuel. Tens o nosso respeito como pai, avô e filho da terra. Estamos falando da sua poesia de mau gosto e não do excelente poeta, que só não extrai os melhores sonetos por não entender como prioritário em sua atividade política.
Como se manifesta esta opinião no dia de hoje, 24 de Abril de 2013.