11 de março de 2013

Mudança na equipe de Dilma deve atingir 5 ministérios

A reforma no primeiro escalão do governo deverá atingir cinco ministérios e contemplar quatro partidos: PMDB, PSD, PDT e PR. A presidente Dilma Rousseff planeja fazer o anúncio nesta semana, mantendo intocada a equipe econômica. A lógica da movimentação é ampliar a força gravitacional de Dilma sobre partidos aliados, tentando evitar que sejam atraídos ou pela oposição ou pelo PSB do governador Eduardo Campos (PE), virtual candidato ao Palácio do Planalto em 2014.

Conforme o desenho atual, serão alvo de mudanças as pastas do Trabalho, Aviação Civil, Secretaria de Assuntos Estratégicos, Agricultura e Micro e Pequena Empresas. Provavelmente será a penúltima mexida na configuração da Esplanada antes das eleições de 2014. A última se dará entre fevereiro e março do ano que vem, quando desembarcarão ministros interessados em disputar o comando de Estados.

Há dois petistas se preparando para sair na próxima ocasião: Gleisi Hoffmann (Casa Civil), do Paraná, e Fernando Pimentel (Desenvolvimento), provável candidato em Minas Gerais. O Ministério da Ciência e Tecnologia deverá ficar de fora, segundo a presidente Dilma tem indicado em conversas recentes. Após assumir o controle da Câmara e do Senado, o PMDB ganhará a Aviação Civil. A vaga é ocupada por Wagner Bittencourt, um funcionário de carreira do BNDES, que deve ser substituído pelo peemedebista Moreira Franco, atualmente ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos. O partido quer tirar Mendes Ribeiro (PMDB-RS) da Agricultura. Propôs a Dilma locá-lo na secretaria ocupada por Moreira Franco.

A cúpula da sigla argumenta que, numa área menos atribulada, Mendes teria tranquilidade para se recuperar de um tratamento contra um câncer. Mas o ministro não pensa assim e resiste em deixar o cargo. O deputado Antônio Andrade (PMDB-MG) é o mais cotado para substitui-lo no Ministério da Agricultura. No Ministério do Trabalho, a mudança deve restabelecer o controle do ex-ministro Carlos Lupi, o presidente do PDT. Lupi deixou a pasta sob suspeita de cometer irregularidades e passou os últimos meses flertando com o PSDB do senador Aécio Neves (MG) e o PSB de Eduardo Campos.

O partido ameaçava romper com o governo Dilma se o Planalto insistisse em manter no cargo o pedetista Brizola Neto, desafeto de Lupi. Neto assumiu o posto no ano passado, mas não conseguiu apoio da ala majoritária da legenda para seguir na pasta. O indicado para o lugar de Brizola é o secretário-geral do PDT, Manoel Dias. O PSD de Gilberto Kassab, hoje uma das principais forças no Legislativo, ganhará o Ministério das Micro e Pequenas Empresas. A presidente pretende nomear o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos. Nos bastidores, o partido diz que gostaria de conquistar mais um gabinete na Esplanada.

Dilma tem tido dificuldades para encontrar um lugar para o PR. O partido, expurgado do Ministério dos Transportes após escândalos de corrupção, pode ficar com o comando de uma estatal, em caráter temporário.
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