O senador Aécio Neves (PSDB) será o futuro presidente nacional do PSDB. Embora com o apoio da maior parte da bancada federal e de caciques da legenda como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; o ex-senador Tasso Jereissati (CE); o presidente nacional do partido, deputado Sérgio Guerra (PE); e dos governadores tucanos, o mineiro quer ser resultado de um consenso construído a partir do diálogo com nomes de todas as regiões do país. Ele já tem agendada, ainda este mês, uma conversa com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Depois do paulista, Aécio continuará alinhavando ao Sul, no Norte e no Nordeste. É objetivo repetir o modelo que o elegeu em 2002 ao governo de Minas, quando reuniu extenso leque de apoios, a começar pelo então governador Itamar Franco, que deixara o PMDB em decorrência de atritos com o vice-governador Newton Cardoso (PMDB).
Além de ser um nome que pode unificar o partido, Aécio é a cara do “novo” e, como pré-candidato à sucessão de Dilma Rousseff (PT), poderá, à frente do PSDB, ganhar visibilidade e fazer o debate dos grandes temas nacionais. Além da mídia espontânea que vem a reboque das questões do debate, Aécio terá espaço nos programas do partido, que serão exibidos em 30 de maio e em 19 de setembro, além dos oito dias de inserções de 5 minutos diários. “Ele ficará senhor do tempo e do conteúdo, podendo administrar o tom para a construção do projeto alternativo”, considera o presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, lembrando que, embora a tradição não seja aplicável ao Brasil, no parlamentarismo europeu são os porta-vozes dos partidos os futuros candidatos a primeiros-ministros.