É fôlego de gato ou cara de pau mesmo? Ou seria a tal impunidade
associada à conivência do PT? O homem já foi “retirado” do Planalto duas
vezes por conta corrupção mas dá um jeito de se reinventar e
reaparecer. O texto que trata do ressurgimento de Pallocci é da coluna
de Ricardo Setti, da Veja.
Ele foi o grande fiador do primeiro governo do lulalato diante de
um desconfiadíssimo mercado — e conduziu a política econômica de 2003
até 2005, quando precisou deixar o Ministério da Fazenda por causa do
escândalo da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo.
Caído em desgraça, Antonio Palocci ficou na muda, quietinho, e
aos poucos foi voltando. Acusações de corrupção em suas gestões na
Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) foram caindo na Justiça, Lula nunca
deixou de manter contatos com ele ao longo de sua Presidência e ele
acabou se tornando o principal articulador da campanha eleitoral da hoje
presidente Dilma.
Por causa disso, voltou espetacularmente à cena como o ministro
mais poderoso do novo governo — até desabar de novo, em junho do ano
passado, quando vieram à tona conflitos de interesse resultantes de sua
atividade de consultor.
Agora, Palocci põe cautelosamente o pescoço para fora, de novo.
Vai “ajudar”, de maneira “informal”, no esquema de arrecadação de
fundos do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, o ex-ministro da
Educação Fernando Haddad. Não se sabe — e ele nada diz a respeito — se é
uma nova tentativa de voltar ao primeiro plano da política.